Você ainda vê a empresa júnior como uma aventura universitária?
Pois saiba que essas empresas formadas por estudantes estão movimentando milhões de reais e desenvolvendo projetos com grandes marcas pelo Brasil.
Muito mais do que negócios experimentais, as chamadas EJs concentram tendências e levam o melhor da tecnologia e inovação para seus clientes.
Afinal, é na universidade que se encontra o estado-da-arte em conhecimento, e as empresas precisam aproveitar essa chance de acessar o saber acadêmico.
Hoje, há centenas de empresas juniores no Brasil em um movimento organizado que pretende ampliar seu impacto social e econômico, ganhando cada vez mais relevância para organizações e sociedade.
Em seu modo de operação, essas empresas se parecem com qualquer outra, embora não tenham fins lucrativos.
O que é uma Empresa Júnior?
Empresa Júnior ou EJ é uma organização sem fins lucrativos de cunho educacional, gerida exclusivamente por alunos de graduação, que presta serviços para empresas sob orientação de professores.
De acordo com a Confederação Europeia de Empresas Juniores (JADE), o objetivo central das EJs é consolidar e reforçar o aprendizado, ao mesmo tempo em que contribuem com organizações públicas e privadas.
Em sua estrutura, as empresas juniores são idênticas às empresas reais, com princípios de governança corporativa e regulamentação própria.
Geralmente, os serviços são prestados a pequenas e médias empresas, mas também podem atender às necessidades de grandes empresas, ONGs e órgãos públicos.
As empresas juniores são vinculadas a uma instituição de ensino superior e oferecem aos alunos uma oportunidade de adquirir experiência profissional, especialmente na criação de projetos de consultoria.
Por terem finalidade educacional, essas organizações apresentam estruturas de baixo custo fixo e preço significativamente abaixo do mercado, o que as torna muito atrativas em termos econômicos.
Além disso, as EJs são conhecidas pela qualidade dos serviços e capacidade de oxigenar o mundo dos negócios com os conhecimentos inovadores das universidades.
De acordo com o relatório do Censo & Identidade 2016, do Movimento Brasil Júnior (MEJ), mais de 15 mil universitários de 280 instituições participaram de empresas juniores por todo o país.
Foram realizados quase 5 mil projetos em aproximadamente 600 EJs, com um “PIB júnior” de R$ 10 milhões.
Os números demonstram o potencial das empresas juniores no mercado, capazes de fomentar a cultura do empreendedorismo e gerar negócios que ultrapassam os muros da universidade.
Existem vários mitos que cercam o trabalho das empresas juniores e atrapalham o crescimento do setor.
A seguir, vamos derrubar um por um para que não restem dúvidas.
Participar de uma empresa júnior significa investir no próprio futuro, e não trabalhar voluntariamente sem receber nada em troca.
As EJs são repletas de oportunidades de crescimento profissional, networking e aprimoramento de competências, pois oferecem o ambiente ideal para os universitários colocarem seu aprendizado em prática.
O retorno vem na forma de recursos para manter o empreendimento e experiências que não têm preço, que certamente contribuem com o diferencial competitivo dos alunos.
Empreender significa identificar oportunidades e transformá-las em negócios criativos, com grande potencial lucrativo.
Ganhar dinheiro é uma consequência em longo prazo, e é preciso começar de algum lugar.
No caso das empresas juniores, ainda não é o momento de acumular capital, mas sim de adquirir toda a experiência necessária para ter uma carreira brilhante ou abrir um negócio de sucesso.
Como se trata de uma empresa com propósitos educacionais, a EJ não exige conhecimento técnico de seus participantes.
Na verdade, o objetivo é justamente aprender na prática, com uma vivência empresarial que a universidade não pode oferecer.
É por isso que muitos universitários descobrem suas áreas de interesse em empresas juniores, quando têm a oportunidade de concretizar a teoria e ver como as coisas realmente funcionam.
Essa é uma das afirmações mais injustas sobre as EJs, pois há inúmeros projetos complexos e de altíssimo nível realizados pelos estudantes.
A Sea Jr., da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por exemplo, ganhou o Desafio AMA da Ambev ao desenvolver uma tecnologia que permite o reuso da água da criação de peixes na agricultura.
Em matéria da Exame, publicada em 2017, a presidente da EJ, Eduarda Tayná de Almeida, afirma que o processo pode gerar economia de mais de 50% de água no semiárido brasileiro.
Como prêmio, a empresa júnior recebeu R$ 30 mil para investir no projeto, que de simples não tem nada.
Conciliar os estudos com uma empresa júnior pode ser desafiador, mas o universitário tem que ir além da sala de aula de qualquer forma, se quiser se destacar.
Há os que optam por programas de estágio, iniciação científica e outros projetos de extensão, enquanto a EJ é apenas mais uma oportunidade de desenvolvimento profissional.
De todo modo, é preciso priorizar o futuro e abrir mão de alguns momentos de lazer para construir uma base sólida.
Isso não significa, nem de longe, deixar de aproveitar a vida – é uma questão de gestão do tempo.
Todo o tempo investido na EJ tem retorno garantido para o estudante, pois é um verdadeiro estágio de empreendedorismo com aplicações reais.
Na carreira, o diferencial está na vivência prévia em ambiente empresarial, desenvoltura para lidar com processos seletivos e experiência única acumulada na função.
Somente nas EJs os estudantes têm acesso ao mundo dos negócios com intensidade, elaborando propostas, contratos e projetos completos para clientes reais.
Além disso, nada impede que as empresas juniores evoluam para empresas oficiais, após o período de formação.
Fonte: https://www.sbcoaching.com.br/blog/empresa-junior/